Ele

quarta-feira, 5 de maio de 2010 , Posted by Danúbio at 08:48

Parou de escrever. Naquela cidade de ruas tão vazias ele se abandonou. Nunca mais escreveu. Caneta, lápis e papel foram esquecidos num canto da escrivaninha. Trancado em seu quarto ele agora ruía, como uma árvore morta que solta aos poucos suas cascas, ele apagava suas lembranças uma a uma e procurava propositalmente esquecer o nome e rosto daqueles que fizeram parte dele.

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  1. Alisson says:

    Não seriam os passos os carrascos que destrói a chance do coração permanecer lá ,no cantinho confortável das lembranças,para decolar no caminho da razão?certo que o futuro descarta aqueles que não poderiam deslizar na mesma brisa,e estes perderão seu valor no campo de visão de um astronauta,de um solitário andarilho que não mais anda,que agora mergulha em vôos rasantes,que sente no novo nicho um espaço inabitável...inabitável para si...e a dor da partida seria assim explicada?seria a dor do passado latejando,incomodando,deletando todos os vestígios na mente plástica,da mente que se renova a cada passo dado?existe sim um vazio até nos que ficam,e que vazio maior do que os que não voaram?resta apenas o consolo da alegria alheia!;;;;;
    Oi Danúbio,gostei de seu espaço úmido e salgado do pranto humano,mergulharei sempre nessas palavras que formam o universo de signos de sua arte!vlw pela visita!

  1. .raphael. says:

    Gosto dessa prosa corriqueira! muito bom!
    abs

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