A Boca da Escuridão
sexta-feira, 8 de maio de 2009
, Posted by Danúbio at 06:56
Tenho evitado não me contaminar. Tenho evitado ouvir, atender portas e receber telefonemas. Já não leio mais jornais.
Me envolvi demais.
Dores demais.
Ressentimentos demais.
Barbitúricos demais.
Às vezes faço viagens breves pelo meu corpo, braços, pernas, estômago, por dentro. Conheço
cada artéria,
cada vazo,
cada célula.
Mas tem uma janela que vejo no alto. Chamei-a de A Boca da Escuridão. Vagam através dela tudo aquilo que sou eu e não conheço, corre por elas todas as
palavras que evito,
feridas que evito,
lembranças que evito.
As pessoas sempre me empurram para essa janela, e mesmo que eu me rasgue, me esperneie, me dilacere, ainda assim me empurram. Mas estou
fraco demais,
à flor da pele demais,
ausente demais.
Não suportaria abrí-la. Então os evito todos, mesmo os mais indispensáveis. Para não me contaminar não atendo portas nem telefonemas.
Doce e surpreendente sua visita, retribuirei com mais tempo e atenção devidas...Bju
Já estive assim. Estou melhorando um pouco disso e voltando a ativa.
Também fiquei feli com visita.
Beijos Ana
Ei Garota, difícil e sair de um desses. Cair é fácil como andar.
Beijos